Thursday, November 24, 2005

Que mundo é este?

O governo da China, país mais populoso do mundo com 1,3 milhares de milhões de pessoas, impôs uma política de restrição à natalidade em 1979. Os métodos usados causam muita miséria: os pais, aterrorizados com medo de serem descobertos pelo governo, abandonam e matam os seus próprios filhos. Oficialmente, o governo condena o uso da força ou da crueldade para controlar a natalidade. Mas, na prática, os encarregados do controlo sofrem tanta pressão para limitar a natalidade que recorrem a esquadrões de aborto. Estes esquadrões arrastam "clandestinamente" as mães grávidas e mantêm-nas sob prisão até se submeterem ao aborto.

Já houve mães que foram executadas por se terem recusado a abortar. Outras famílias receberam multas de 10 mil yuans (sete vezes o salário anual de um camponês), esterilização compulsória e propriedade confiscada. Outras mães conseguem esconder-se, mas a família é perseguida e torturada para que denuncie o paradeiro da gestante e, ao regressarem, encontram as suas casas incendiadas. As crianças que nascem nesta situação não recebem instrução escolar, nem cuidados médicos ou qualquer outro benefício social.

Muitos pais vendem as suas crianças a outros casais a fim de escaparem da punição do governo Chinês... As meninas são as maiores vítimas da pressão intolerável para limitar a família. Na China rural, onde 80% da população vive, muitos camponeses acreditam que apenas os meninos podem levar a família a progredir e consideram que é uma grande desonra para os seus antepassados não terem um herdeiro. Normalmente, as filhas continuam a viver com a família depois do casamento e são consideradas um "investimento perdido".

Nas regiões rurais permite-se um segundo filho(a), mas quando a segunda criança é outra menina, isso é considerado um desastre. Um homem ficou tão revoltado ao ter a segunda filha que ele próprio estrangulou as duas. Um outro atirou a sua filha a um poço abandonado para que ninguém soubesse que ela existia. De acordo com as estatísticas oficiais, 97,5% das crianças abortadas são meninas. Acredita-se que muitas são vendidas a casais inférteis para que as autoridades não tenham conhecimento. O resultado é um desequilíbrio entre a população masculina e feminina. Milhões de homens não conseguem encontrar uma esposa. Já existe o tráfico de mulheres. Em alguns lugares há 6 homens para uma mulher.

Estima-se que 17 milhões de meninas estejam “a faltar" na população da China. O infancticídio e abandono são os principais factores. O aborto seleccionado por sexo é proibido, mas o exame com ultra-sons para determinar o sexo é facilmente conseguido com suborno. As crianças que sobrevivem acabam em orfanatos precários. O governo Chinês insiste na política de limitar as famílias e ignora o problema da discriminação contra as filhas mulheres.

A assistente social Wu Hongli explica que "Os programas educacionais têm tido bastante sucesso nalgumas áreas rurais, mas ainda há um vasto trabalho a ser feito. Tantas tragédias são ignoradas todos os dias que sinto vontade de chorar.”

(Cuidado para os mais sensíveis...)

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