Sexta-feira 13
Na sexta-feira passada fui até Alcântara para assistir ao musical Sexta-feira 13, em homenagem aos Xutos e Pontapés.
Estando eu à porta, à espera da minha companhia, só pensava "Espero bem que seja mesmo em pé... Xutos que é Xutos, tem de ser visto em pé!". O meio receio de ter uma cadeirinha à espera era mais que muito.
Mal entramos, temos a zona do bar. Alguma gente mas não muita. Fiquei naquela "Ou isto é bue pequeno ou parece-me que não vai encher...".
Abrem-se as portas e lá entra o pessoal todo. À esquerda está a plateia sentada. À direita o palco. No meio? Nada! ("Fixe, não me vou sentar, ehehe"). A malta agrupa-se no centro sem saber o que nos espera. Olho em torno de mim para perceber como aproveitaram o espaço. O tecto faz-me lembrar conventos antigos recuperados para salas de espectáculo e bares. Curti :).
As portas fecham-se e as poucas luzes apagam-se.
Os típicos recados dos telemóveis e cigarros surgem, mas sem aquela vozinha tipica. Muito pelo contrário...
Os actores começam a aparecer vindos de toda a parte. A música que acompanhou os avisos permanece. O ambiente torna-se meio assustador. Este e aquele correm feitos doidos por entre o público. Viro-me para o G. e pergunto "Mas vim ver um musical de Xutos ou uma peça do Julio de Matos?!". Ele ri-se. Eu olhava feita parva para tudo o que se passava à minha volta. Mas que raio de coisa era aquela?!
As luzes apagam-se de novo e que comece o espectáculo.
Dois actores aparecem em cena, mas não no palco. Mesmo no meio da plateia. Aí deu logo para perceber que a noite iria ser agitada, visto haver 3 plataformas...
Os actores era reconheciveis. Dois vencedores de programas musicais abriam as hostes. A noite prometia...
Durante quase 2 horas assistiu-se à história de um grupo de amigos em plena década de 80. Sexo, drogas e Rock&Roll eram o essencial na vida destes.
Desde desaforos entre namorados a problemas caseiros. Excesso de drogas e, claro, muita música. Tudo isto interpretado por um excelente leque de actores. Alguns conhecidos, outros nem por isso, mas todos com uma actuação sem palavras.
Como banda sonora, nada melhor... Xutos e Pontapés! As músicas foram escolhidas a dedo para dar mais ênfase a cada momento da vida destes amigos. Êxitos como "O Mundo ao Contrário", "O Homem do Leme", "À Minha Maneira", entre tantos outros, foram ali cantados e vibrados por todos. Em cada música havia gente a cantar, saltar e a divertir-se como se de um concerto dos Xutos se tratasse. Até palmas no final de cada interpretação houve. E nem eu falhei ao entusiasmo. Apenas uma música não acompanhei: Sexta-feira 13. Um registo que dá o nome ao espectáculo e que foi criada para o mesmo.
Em pleno Toyota Box assisti a um espectáculo que teve de tudo um pouco. Tanto nos fazia rir como chorar. Um musical cheio de emoção e realismo.
Para os que ainda não viram, vão ver! Os que viram sabem o porquê. Mas um conselho, vejam na plateia em pé. Esqueçam o conforto da cadeirinha durante duas horas e aproveitem ao máximo esta obra do António Feio. É como eu disse ao G. no final "Quem foi para a bancada roubou-se a si próprio. Quem esteve no chão fez render, e de que maneira, o dinheiro gasto". Sinceramente, quase que achava justo se os preços fossem ao contrário. O facto de teremos os actores a passarem a milimetros de nós e termo-nos de desviar para não atrapalhar é algo que nunca tinha visto. É uma forma diferente de assistir a um espectáculo.
Em termos de actuações, nada se pode apontar. Cantam, dançam e representam de um forma impecável. Todos estão 5 estrelas, mas há um que tem 6. O "Molas"... simplesmente genial! Mas a todos eles, os meus parabéns!

Mas a noite não poderia acabar sem a Pulga fazer das suas...
Antes de abandonarmos o ToyotaBox o G. pretende ir falar com o Feio e dar-lhe os parabéns. Ok, vamos a isto. Com o encenador estava o "Calado", o cabecilha do grupo de amigos. Como o Feio e este estavam à conversa, com a entrada de rajada do G. o pobre rapaz ficou a fazer de vela. Vai então que Pulga entra em acção. Dou os parabéns da praxe, mas bem merecidos, e aponto uma falha:
- Vocês têm uma grande falha... então não cantam "A Minha Casinha"?
(Compasso de espera com uma expressão pensativa)
- Realmente...
- Não pode ser! Essa música é imperdoável...
- Espera, nós cantamos "A Minha Casinha"!
- Cantam?!
(Entra o António Feio e o G. na conversa)
- Ela está a dizer que não cantamos "A Minha Casinha"... ("Calado" para o Feio)
- É logo a primeira! (ambos ao mesmo tempo)
- Epa, com aquela confusão toda de estarem todos a correr feitos malucos à nossa volta, ainda devia estar em estado de choque quando a cantaram...
A conversa não durou mais. Parabéns a um e outro, mais uma vez, e está na hora de ir.
Pulga, como não podia deixar de ser, lá se enterrou à grande. Mas uma coisa é certa: EU NÃO OUVI! E o G. também não. Pois quando acabou o musical falei-lhe nisso e ele também não se recordava tê-la ouvido.
Acho que vou ver o Sexta-feira 13 outra vez só para estar atenta à música, eheh!
Façam bom proveito. Têm até dia 25 do presente mês.
6 Comments:
O Feyo está-se a tornar um grande encenador. Já o tinha dito no Villaret e disse-o agora com este musical. E ele ainda se vira para mim a dizer que não há duas sem três.
Só faltou as peripécias no Bairro Alto, com baratas, poços de vertigens, vrum's e muita chuva à mistura...!
Tive boa companhia, sem dúvida.
Se fossem só essas as peripécias da noite...
E os decibeis de uma certa menina e o espectáculo mimico...
Uma noite agradável, sem dúvida ;)!
Estiveste bem, estiveste! :P
Brolia!
Bj*
Agora que sabes que tens desconto na AE, bem que podes arranjar maneira de irmos ver outra vez. Pulga, pulguinha... andas com a cabeça na lua! És uma aluada! E fico-me por aqui, senão isto ainda parte para a violência.
Então e quando começou o show, os gajos passam ao nosso lado e há um dos actores, se não me engano o Calado, e apalpa a boazona que estava à mha frente?! Ainda pensei que ia acabar td em orgia... afinal ficou-se por uns Xutos&Pontapés!!
Se tivesse guito, podes crer que ia de novo :P
Falar de xutos é falar do Benfica da musica portuguesa. Cada vez melhores e este musical é uma magnifica homenagem...
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