Tuesday, May 09, 2006

Carlos do Carmo

:: Lisboa Menina e Moça


No Castelo ponho um cotovelo
Em Alfama descanso o olhar
E assim desfaço o novelo
De azul e mar

À Ribeira encosto a cabeça
Almofada da cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo


Lisboa menina e moça, menina
Da luz que os meus olhos vêem, tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura

Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

No Terreiro eu passo por ti
Mas na Graça, eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha, sorri
És mulher da rua

E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que os meus olhos vêem, tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura

Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

Lisboa do meu amor, deitada
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

1 Comments:

Blogger GR1904 said...

Eles roubaram-te a ideia. Agora devias mandar um enviado bombista-suicída para os aniquilar! Há bons rapazes, teus conhecidos, que possuem capacidades naturais para o fazer... dass! Epá, desculpa: pensava que estava no blog dos alcoólicos :)

8:21 PM  

Post a Comment

<< Home